Se você, assim como eu, sempre sonhou em conhecer este que é o mais icônico parque da Patagônia chilena, aproveita para devorar esse post e anotar todas as dicas!
Foram, aliás, dois sonhos de viagem realizados de uma única vez: conhecer o Parque Nacional de Torres del Paine, e participar de uma expedição fotográfica por uma das regiões mais lindas do nosso planeta.
No início do outono, partimos para 8 dias de expedição, entre El Calafate (Argentina) – onde há o Glaciar Perito Moreno – e o Parque Nacional de Torres de Paine (Chile), com um grupo de 10 fotógrafos incríveis, liderados pelo mestre das lentes Marcello Cavalcanti.
Foi uma experiência inesquecível: um grupo unido com o objetivo de aproveitar ao máximo as espetaculares paisagens que só a Patagônia oferece, se divertir e voltar para casa com todos os pen drives estourando. Já vou dar o spoiler: todos os objetivos foram atingidos😉
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Se a ideia de fazer um tour fotográfico na Patagônia também está na sua lista de desejos de viagem, ou se você quer ir para lá para vivenciar as paisagens incríveis, ou já está com as passagens compradas e quer saber como aproveitar o melhor da região, segue aqui a leitura que vou contar tudo o que fizemos em Torres del Paine.
Vale conferir também o post onde conto sobre El Calafate e o Glaciar Perito Moreno.
Este NÃO é um publipost. Todas as despesas da viagem foram pagas por mim.
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Neste post, você vai encontrar:
ToggleComo chegar em Torres del Paine, na Patagonia Chilena
O Parque Nacional de Torres del Paine fica na parte sul da Patagonia chilena, próximo à cidade de Puerto Natales. O aeroporto em território chileno mais próximo é em Punta Arenas, que é conectado à capital do país, Santiago, e Puerto Montt, também na região sul do Chile.
Estávamos em El Calafate, na Argentina – onde também há aeroporto com várias conexões no país – e seguimos de carro em direção ao Chile. São cerca de 2h30 – 3 horas (aprox. 200km) até a fronteira em Passo Don Guillermo, onde se fazem os procedimentos de saída da Argentina e entrada no Chile.
Brasileiros podem viajar aos dois países somente com o RG, desde que com menos de 10 anos de emissão. Mas atenção: tem que ser a Carteira de Identidade, vulgo RG, emitido pelos órgãos estaduais. Não vale carteirinha de órgão de classe (OAB, CRM, CREA, etc.), não vale CNH, não vale RG velho caindo aos pedaços. Na real, o mais recomendável é ir com passaporte mesmo.
Da fronteira, são cerca de 50 minutos até a entrada do Parque Nacional Torres del Paine.
No site oficial do Parque Nacional Torres del Paine, com inúmeras informações úteis para sua visita.
Fizemos tudo que conto abaixo com uma van da empresa que organizou o tour, mas dá para fazer tranquilamente com seu próprio carro (não é necessário 4×4, ao menos não no verão – certifique-se quanto às condições das estradas nas outras estações do ano).
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Onde se hospedar próximo de Torres del Paine
Ficamos hospedados no Hotel Estancia El Ovejero Patagonico, muito próximo à fronteira Chile-Argentina, numa localidade chamada Cerro Castillo. É uma ótima pousada com quartos confortáveis e bom atendimento; há um restaurante no local que foi essencial para o sucesso da nossa expedição, pois chegávamos acabados a noite e, sem condições alguma de ir a qualquer lugar (até porque ali perto não há muitas opções), jantávamos na própria pousada.
A cidade de Puerto Natales fica a cerca de 75km da entrada mais próxima do Parque. Dá para ficar lá, há diversas opões de hospedagem em Puerto Natales com ótimo custo benefício, porém para chegar ao parque leva um bom tempo e pode ser cansativo caso você faça isso por vários dias.
Para aproveitar tudo que o parque oferece, o ideal é ficar nos hotéis, pousadas e campings dentro do próprio Parque.
O Hotel Explora é meu sonho de consumo, mas há outras opções como o Hotel Lago Grey (onde almoçamos um dia), o Hotel Las Torres Patagonia (em que também paramos para almoçar) e o EcoCamp Patagonia, no melhor estilo glamping.
Confira a disponibilidade e tarifas aqui:
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Clique na imagem acima para acessar o mapa completo do parque, do site oficial de Torres del Paine.
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Clima na Patagônia no outono
Fizemos essa viagem no final de março/início de abril, ou seja, bem no início do outono.
Pegamos um tempo ótimo. Eu diria que perfeito para visitar e fotografar a região.
Estava frio, bem frio (veja pelas fotos), mas não pegamos neve nem temperaturas abaixo de zero – talvez em um ou outro dia antes do amanhecer a temperatura tenha caído para alguns graus negativos, mas não temos como dizer com certeza.
Os dias foram em geral ensolarados e nos permitiram fazer todas as atividades que a que tínhamos nos proposto. Algumas fotos que havíamos planejado não rolaram pois bem na hora entrou uma nuvem para estragar, ou então o pôr-do-sol cinematográfico que esperávamos não aconteceu, mas isso faz parte da fotografia de paisagem. Aliás, isso é parte do clima patagônico.
Costuma-se dizer que na Patagônia você pega as 4 estações do ano em um único dia. É a mais pura verdade. É inverno ao amanhecer, primavera pela manhã, verão a tarde e outono no fim do dia, tudo junto e misturado. Chuva, vento, sol, brisa, nuvens carregadas, céu azul, ventania e calmaria, tudo no mesmo dia. Então, mesmo que ao amanhecer você veja céu azul, sol e um calor gostoso, leve suas camadas de roupa, pois certamente será necessário.
Já estive na Patagônia no início da primavera (em 2008) e o clima que peguei agora no outono foi bem melhor: mais firme e aberto, ainda que as temperaturas tenham sido parecidas. Mas pode ter sido mero azar na minha viagem na primavera de 2008.
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A expedição fotográfica em Torres del Paine, Patagonia
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Dia 1
O primeiro dia de nossa expedição foi o aquecimento para os dias inesquecíveis que viriam em seguida.
Saímos de El Calafate em nossa van antes do amanhecer, para fotografar o nascer do sol no caminho.
Depois de uma breve parada à beira da estrada para esses cliques, seguiram mais algumas, e mais outras, pois não tem como viajar por essas estradas lindas, com paisagens incríveis por todos os lados sem se sentir tentado a parar a cada minuto e sair clicando loucamente.
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Após os trâmites na fronteira Argentina-Chile en Paso Don Guillermo, chegamos a nosso hotel. Parada básica só para check-in e deixar as malas; seguimos em direção a Puerto Natales, a cidade chilena que é usualmente usada como base para visitar o Parque Nacional de Torres del Paine.
Puerto Natales é a capital da Província Última Esperança, do departamento Magalhães e Antártica Chilena, uma cidade de pouco menos de 20 mil habitantes, sitada ao nível do mar, à beira do canal Señoret.
Depois de almoçar no El Asador Patagonico, demos um role pela cidade e fomos à beira do canal fazer algumas fotos no antigo pier – Muelle Viejo – e do Monumento al Viento.
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Outra atração nos arredores da cidade é o Monumento Nacional Cueva del Milodón (Monumento Natural da Caverna Milodonte), uma caverna com 30 metros de altura e cerca de 200 metros de profundidade onde foi encontrado, há mais de 100 anos, um fóssil de um milodonte. Assemelhado a um preguiça-gigante, é um mamífero que viveu exclusivamente na Patagônia há aproximadamente 12 mil anos e transformou a área em um importante centro de estudos paleontológicos e arqueológicos.
Por falar em milodonte, recomendo fortemente a leitura de “Na Patagônia“, de Bruce Chatwin, em que o autor narra diversas histórias e aventuras vividas durante suas viagens pela região da Patagônia, nos idos da década de 70, com uma combinação de inusitadas experiências pessoais, histórias de viajantes anteriores, lendas locais e causos de figuras surreais que por lá viveram (bandidos, loucos e oportunistas de toda estirpe), viagem essa toda movida, justamente, por um fragmento do pelo desse animal.
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Dia 2
Ainda era escuro quando acordamos rumo à locação do nosso primeiro amanhecer em terras chilenas: Laguna Amarga. A foto fala por si, vou poupar lhes de uma avalanche de adjetivos.
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Após uma breve parada no posto de entrada no Parque, seguimos para o Mirante do Lago Nordenskjold, um dos mais impressionantes do Parque Nacional.
Os picos na foto são, da esquerda para direita, Paine Grande (3.050m), Cuernos del Paine (três picos com 2.600, 2.400 e 2.200m) e Almirante Nieto (2.640m, parcialmetne visível na foto).
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A próxima parada foi às margens do Lago Pehoe, onde almoçamos no restaurante do camping Pehoe. O restaurante em si é bem simples e os pratos são o suficente para matar a fome, mas vista é a mais espetacular de todos os restaurantes que fomos.
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Dali fizemos a trilha até o Mirante Condor, uma trilha não muito difícil, mas o tempo todo em subida. Leva cerca de 45min em cada sentido, sem contar as paradas para fotos e para dar passagem aos guanacos 🦙
Lá no alto o visual é incrível e rendeu algumas das melhores fotos de grupo da viagem.
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No fim da tarde, o clima do inóspito da Patagônia frustrou os planos para o pôr do sol – abortada a locação que tinha sido planejada, mergulhamos na dica que nosso guia recebeu de outros guias do parque: pumas haviam acabado de ser avistados na região!
Chegando ao local, não só um, mas quatro pumas ali estavam, um deles se refastelando em um guanaco recém abatido. Uma cena emocionante. Vida selvagem real, ao vivo e a cores. Saímos do carro em silêncio, lentamente, para não assustar os animais. Ficamos em um local a uma boa distância dos animais, garantindo a segurança de todos – humanos e pumas.
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Nesse momento senti falta de um equipamento fotográfico mais potente. Minha maior lente, 300mm, não é da melhor qualidade e as fotos ficaram bem aquém do que a realidade apresentava. Mas dá ao menos para sentir o gostinho da emoção do momento.
De volta ao hotel, o foco era aproveitar as poucas horas que restavam para dormir e recarregar – literalmente – as baterias para o próximo dia de expedição.
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Dia 3
Antes do amanhecer já estávamos a caminho da locação do segundo nascer do sol em Torres del Paine, o Mirante Cuernos.
Paramos para fotos na trilha plana de cerca de 1km que leva até o mirante, numa região em que árvores mortas em decorrência de um incêndio que devastou uma boa parte do parque há alguns anos possibilitam composições interessantíssimas com as montanhas que dão nome ao parque ao fundo.
Pena que, com a chuva dos dias anteriores, a região estava um verdadeiro pântano e meu calçado não resistiu – com os pés prestes a ficar seriamente ensopados, achei prudente buscar uma composição a partir da parte seca da trilha.
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Ao final da trilha, um arco íris nos deu as boas-vindas ao Mirante Cuernos, às margens no Lago Nordenskjold, ao mesmo tempo em que ventos de 80km/h tornavam um desafio manter o tripé no lugar.
Apesar do templo nublado e do desafio climático, dali saíram alguma das minhas fotos preferidas.
Voltando pela trilha, paramos no mirante para as clássicas fotos da Cachoeira Salto Grande.
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De lá fomos para a região do Lago Grey, que dizem ser repleto de icebergs desprendidos da geleira de mesmo nome (que fica na extremidade oposta do lago), mas que, infelizmente, não nos deram o ar da graça.
Almoçamos no Hotel Lago Grey e fizemos uma pequena caminhada, por uma mata que já começava a se pintar em tons outonais, até a margem do lago. Ali também o vento não nos deu trégua.
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O pôr do sol foi num dos mirantes mais lindos e famosos do parque, ao lado do Hotel Explora. Uma das fotos mais clássicas de Torres del Paine. O acesso ao mirante é por uma passarela de madeira, com diversos degraus, mas bem fácil e tranquilo. Não deixe de ir.
Depois, voltamos para o hotel pois o dia seguinte prometia muito!
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Dia 4
Acordamos absurdamente cedo no último dia em Torres del Paine. Expedição já chegando ao fim, a vibe da turma era aproveitar ao máximo o pouco tempo que nos restava por lá.
Planejado: fotografar o pôr da lua nos Cuernos del Paine.
Realidade: nuvens densas envolvendo exatamente essas montanhas nos davam visibilidade zero 😞
Mas é isso, na fotografia de paisagem estamos ao sabor das condições climáticas, especialmente em um lugar como a Patagônia, onde o tempo muda com uma velocidade incrível.
Então o que fazer? Recalcular a rota, claro. Resultado: fomos direto para a próxima locação para pegar o nascer do sol. Cachoeira Paine.
Resultado: 👇
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Não preciso dizer nada, né?
Esse nascer do sol que parece mega plus photoshopado é real, sem filtro, feito por euzinha com minha Canon e meu celular. As mesmas nuvens que momentos antes nos haviam frustrado, agora era essenciais para o amanhecer mais incrível que presenciamos.
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Seguimos a expedição pelo parque, com paradas a cada momento: guanacos, condores, águias, estradas cênicas, arco-íris, lagoas, picos nevados, pontes desativadas.
Se tem algo que não faltou momento algum foi espetáculo da natureza a ser registrado, pelas lentes e pela memória.
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Dia 5
Alguns companheiros de viagem ainda madrugaram nesse dia para registrar a vila em que se situava nosso hotel, mas eu realmente precisava desses poucos minutos extras de sono, pois ainda havia mais por vir.
Voltamos à Argentina, pelo mesmo trajeto que havíamos feito dias antes, vendo-o agora com outros olhos.
Na chegada a El Calafate, no mesmo hotel, bateu aquela sensação de volta ao lar, aquele delicioso lugar já familiar, porém com muito a ser ainda descoberto.
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EL CALAFATE
Último dia de viagem. Enquanto uma parte do grupo ficou no hotel trabalhando na edição das fotos, outra parte não se conformou em ficar indoors por um dia que fosse com aquela natureza estonteante ali ao redor.
Então, toca explorar mais uma parte do Parque Nacional Los Glaciares, agora com o tour Mayo Spirit Trek, sobre o qual conto em detalhes neste post sobre El Calafate e o Glaciar Perito Moreno.
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Para conhecer melhor o trabalho dos fotógrafos que participaram comigo dessa expedição:
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ROTEIRO DETALHADO & MAPA
Aqui o mapa do Google MyMaps, com as principais locações que exploramos em terras chilenas.
Nesse post explico como eu uso o Google MyMaps para planejar minhas viagens, é um recurso muito bom, vale a pena conhecer!
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este NÃO é um publipost. Todas as despesas da viagem foram pagas por mim.
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