Que tal conhecer a Grécia continental? Foi a isso que nos propusemos quando resolvemos aproveitar 15 dias de nossas férias para ir, pela primeira vez, à Grécia.
Até então, Grécia para mim era sinônimo de ilhas. Um ilha em especial, que provavelmente só existe no meu imaginário (e que talvez seja parecida com a do seu): casinhas brancas, numa ruela de paralelepípedos num leve aclive, uns pequenos restaurantes com mesinhas do lado de fora, com primaveras a se enroscar nos gradis. Tudo isso com aquele mar azul turquesa ao fundo. Sim, paraíso em forma mediterrânea.
Mas a Grécia é muito mais que a visão idílica das ilhas.
Grécia é história, é cultura, é um povo simpático e orgulhoso de suas origens. São sabores deliciosos e vinhos surpreendentes. São praias paradisíacas, vilas charmosérrimas e muita diversão.
Viajamos neste roteiro de 15 dias pelo Peloponeso, na Grécia continental, em 2 famílias: éramos 4 adultos e 4 crianças, na época com idades de 3 a 7 anos. Incluímos programas para satisfazer a todos, buscando aquele mix essencial a qualquer viagem: cultura, diversão e descanso.
Todos os nossos posts sobre a Grécia, para te inspirar e ajudar a viajar mais:
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Neste post, você vai encontrar:
ToggleRoteiro de 15 dias pelo Peloponeso, na Grécia
Esse roteiro foi planejado para ser feito de carro. Ainda que seja possível, em grande parte, fazer tudo com transporte público e tours, para realmente aproveitar o que o interior da Grécia tem a oferecer, curtindo a viagem no seu ritmo e com flexibilidade, recomendo fortemente alugar um carro.
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Como é dirigir carro alugado na Grécia?
Dirigir na Grécia foi tranquilíssimo – tanto o foi que recomendo aqui! – mas algumas precauções são necessárias.
Se por um lado a mão de direção é igual a do Brasil, o desafio fica por conta das ruelas estreitas em todos os lugares, muitas delas em subidas ou descidas – se você já tem experiência no sul da Europa, não vai estranhar tanto, mas é bom ficar muito esperto, com cidadezinhas tão lindas, é um mili-segundo de bobeira apreciando a paisagem e wrect, alô lataria avariada.
Em Nauplia, numa dessas ruelas lindas e fofas que desafiam as habilidades do mais hábil motorista, dito-e-feito, arranhamos o paralamas do carro, o que nos custou uma certa dor-de-cabeça ao devolvê-lo, mas ao fim tudo foi resolvido.
Se você costuma fica inseguro dirigindo por essas ruelas de cidades antigas que parecem estreitas até para carro de brinquedo, avalie seriamente alugar o carro com o seguro completo.
Fora esse pequeno incidente (de total responsabilidade nossa), não tivemos nenhum problema nos 12 dias em que ficamos com o carro alugado.
Ah, e não se esqueça da sua PID (permissão internacional de dirigir), na Grécia foi um dos poucos países em que nos foi exigida para locação do veículo.
Pegamos o carro alugado somente no último dia em Atenas, pois não é necessário carro na cidade – dá para fazer tudo a pé, de metrô, ônibus ou uber/taxi.
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Dias 1 a 3 – Atenas
O roteiro de 15 dias pela Grécia continental e Peloponeso começa pela capital do país, Atenas que provavelmente será também seu ponto inicial, onde se localiza o principal aeroporto. Antes que me corrijam, Atenas não fica na região do Peloponeso, mas não tem como deixar esse tesouro grego fora de uma roadtripa ao país, certo?
Não há voos direto do Brasil à Atenas, fizemos escala em Roma e aproveitamos alguns dias lá para curtir a cidade, mas isso é assunto para outro post.
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Onde ficar em Atenas
Nos hospedamos em Plaka, uma região central da cidade, bem próxima à Acrópole.
Com ruelas estreitas com calçamento de pedra e repleta de lojinhas, cafés e restaurantes, a região de Plaka é uma ótima pedida, principalmente se, como nós, você for ficar pouco tempo na cidade.
Depois de muita pesquisa, o hotel que tínhamos escolhido foi o Plaka Hotel, com ótimos preços, uma vista incrível do bar no rooftop e quartos família (2 quartos conectados, um sonho para quem viaja com crianças!), mas por recomendação de um amigo-do-amigo-do amigo, ficamos em uma casa alugada via Airbnb (e que, infelizmente, hoje não está mais na plataforma).
Outra opção sensacional para se hospedar em Atenas é o The Pinnacle Athens, que também conta com quartos família.
Confira a disponibilidade e tarifas aqui:
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O que fazer em Atenas
Recomendo ficar ao menos 2 dias inteiros em Atenas. Se tiver tempo, 3 dias (ou mais!) seria o ideal para curtir a cidade no ritmo que ela merece.
Nesse roteiro de 15 dias pela Grécia, ficamos 2 dias e meio em Atenas.
Neste post conto tudinho que fizemos em Atenas, mas para resumir, os highlights são:
- Acrópoles & Parthenon
- Museu da Acrópoles
- Templo de Zeus Olímpico e Porta de Adriano
- Ágora Antiga
- Estádio Panatenaico
- Plaka e arredores (incluindo Anafiotika e Monastiraki)
- Museu Arqueológico (e parque do Campo de Marte)
- Praça Syntagma (onde ocorre a troca da guarda do parlamento)
- Parque dos Jardins Nacionais
- se tiver mais tempo, vale conhecer a região chamada “riviera Ateniense”, a beira-mar, nos bairros de Glifada e Vouliagmeni (não fomos).
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Dias 4 e 5 – Delfos
No 4º dia de viagem começou nossa roadtrip pela Grécia! Pegamos cedo o carro alugado e partimos em direção a Delfos. São cerca de 180km.
Paramos para almoço em Springs of Krya, em Levadia, num restaurante chamado Taberna Moinho d’água (ΤΑΒΕΡΝΑ ΝΕΡΟΜΥΛΟΣ). Nesse vilarejo há alguns restaurantes à beira de um pequeno riacho, a comida estava deliciosa e as crianças brincaram e se refrescaram na água, não poderíamos ter escolhido um lugar melhor para almoço.
Com isso, chegamos em Delfos já em meados da tarde e ficamos o resto do dia por ali mesmo, tomando sorvete, curtindo as lojinhas e apreciando um bom jantar.
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Onde ficar em Delfos
A cidade de Delfos é bem pequena e vive basicamente do turismo. Há diversas opções de hospedagem, em qualquer lugar central que você se hospedar haverá, a uma curta distância de caminhada, opções de restaurantes, cafés e lojinhas.
Ficamos no Artemis Hotel, um hotel bem simpático, com localização ótima, quartos quádruplos (além dos tradicionais duplos e triplos) e staff bastante atencioso. Outra opção com bom custo benefício e vistas deslumbrantes é o Fedriades Delphi Hotel (e que também tem quartos quádruplos).
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O que fazer em Delfos
Recomendo reservar ao menos um dia inteiro em Delfos, que lhe dará tempo e tranquilidade para conhecer este que é um dos 15 sítios listados como patrimônios da Humanidade da UNESCO na Grécia.
É possível conhecer as atrações fazendo um bate-e-volta de Atenas, com carro alugado, ou em tours como esse, mas na minha opinião vale muito a pena seguir um ritmo mais tranquilo e realmente aproveitar o lugar.
Conta a lenda – ou melhor, a mitologia grega – que Zeus, o deus todo poderoso da época, estava determinado a encontrar o centro do mundo e para tanto soltou duas águias, uma em direção leste e outra oeste, dizendo-lhes para seguir sempre em frente. As aves se encontraram em Delfos, que então foi considerado o centro do mundo e recebeu a alcunha de “umbigo do mundo” (pelo visto, os gregos já há tempos sabiam que a terra é redonda)
Os passeios imperdíveis em Delfos são o Sítio Arqueológico e o Museu de Delfos.
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Templo de Apolo
Uma das áreas mais importantes do Sítio Arqueológico é o Templo de Apolo, famoso por seu oráculo. Entre os séculos 8 a.C. e 2 a.C. esse era um centro de peregrinação a que pessoas de todas as classes e origens recorriam para insights sobre seu destino e profecias , que eram enviadas pelo deus Apolo por meio de uma Pitonisa (uma mulher devidamente preparada para a tarefa de revelar os segredos do destino).
Foi ali que Acrísio, o pai da jovem Dânae (sim, eu tenho uma xará grega mitológica) recebeu do oráculo a profecia de que seu neto o mataria, o que desencadeou uma série de eventos que levaram à morte da temida Medusa – se você não conhece as histórias de Dânae e Perseu na mitologia grega, vale a pena conferir as tramas recheadas com amores torrenciais, machismo, homicídios, tentativa de feminicídio e de infanticídio, acolhimento, enganação, batalhas e muito mais, como somente as tragédias gregas são capazes de fazer. Recomendo também o “O Livro de Ouro da Mitologia”, de Thomas Bulfinch, com essas e outras sensacionais histórias da mitologia de diversos povos.
O Sítio Arqueológico de Delfos é enorme, e nada de preguiça para conhecê-lo! Vale a pena seguir até o alto , em que há um estádio e vistas lindas do vale.
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Museu Arqueológico de Delfos
Estando ali, vale a visita ao Museu Arqueológico de Delfos (mesmo que você já tenha conhecido o equivalente em Atenas), não se esqueça de conferir a Aurgia de Delfos, uma rara escultura em bronze que representa um condutor de carruagens, que se acredita ter sido feita como um agradecimento por uma vitória nos jogos píticos.
A Fefa também esteve na cidade de Delfos na Grécia e conta sua experiência por lá, confira.
Curtimos mais uma noite na cidade e no dia seguinte saímos logo cedo em direção a Epidauro
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Dia 5 – Corinto e Epidauro
De Delfos a Epidauro são cerca de 255km.
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Templo de Apolo e Santuário de Dionísio
No caminho, paramos em Corinto, mas não chegamos a visitar as ruínas do Templo de Apolo e Santuário de Dionísio. Apenas as apreciamos a distância, tomamos um café e sorvete (Cafe Mousio e The Art of Gelato, a poucos metros da entrada do sítio arqueológico), deixamos as crianças correrem um pouco para gastar energia, e seguimos viagem rumo a Epidauro, outro patrimônio da humanidade da UNESCO em solo grego.
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Teatro de Epidauro
Epidauro é famosa pelo Teatro, construído no século IV a.C., um dos maiores de sua época, com acústica perfeita – o que pudemos constatar na prática!
Enquanto estávamos lá, havia um grupo no centro do teatro e uma moça começou a cantar. Subimos até praticamente a última fileira do teatro e conseguíamos ouvir com facilidade tudo que ela cantava!
Depois foi nossa vez de fazer a brincadeira: enquanto um dos adultos ficava lá embaixo falando bobagens, as crianças ficavam correndo pelas fileiras de assentos e só rindo com o que ouviam! Há uma marcação, no centro do palco, indicando o ponto ótimo para se posicionar.
O teatro impressiona, não só pela acústica, mas também por sua grandiosidade: tem 20 metros de diâmetro, com 55 filas de assentos e capacidade para mais de 13 mil pessoas. Contribuem para a acústica perfeita o formato semicircular, a pequena distância entre o palco e as fileiras, o material empregado e a região em que está localizado, afastado de aglomerações urbanas – confira mais detalhes sobre o Teatro de Epidauro: uma aula de acústica no blog Lugares de Memória.
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No mesmo sítio arqueológico do teatro encontram-se outras ruínas, como o Templo de Asklepios e outras estruturas que faziam parte de um dos principais santuários da época clássica grega, dos quais infelizmente resta somente alguns fragmentos.
É possível visitar o Teatro de Epidauro com um bate-e-volta de Atenas, com seu carro alugado (fica a cerca de 140km) ou com tours organizados como este.
Chegamos no fim da tarde em Nauplia, que fica cerca de 30km adiante.
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Dia 6 e 7- Nauplia e Micenas
Ficamos dois dias em Nauplia, uma agradável cidade de porte médio na costa do Golfo de Argos, no Mediterrâneo.
Um dia fizemos o bate-e-volta a Micenas. No outro dia aproveitamos para curtir a cidade, subimos ao forte (Forte Palamidi) e fomos na praia local, chamada Paralia Arvanitias.
Em Nauplia, ficamos na Pension Dafni, uma pousada ultra-bem localizada e super charmosa, com preço excelente e quartos para família (já perceberam que esse aqui somos experts em triagem de pousadas charmosas com quartos para 4 pessoas, né?)
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Micenas
Pouco mais de 20km, que levamos meia-hora para percorrer, separam Nauplia de um dos sítios arqueológicos mais importantes da Grécia: Micenas.
No segundo milênio a.C., Micenas foi um dos maiores centros da civilização grega e uma potência militar que dominou a maior parte do sul da Grécia, tanto que o período da história de 1600 a.C. a 1100 a.C. é denominado Período Micênico.
Segundo a mitologia grega, Micenas teria sido fundada pelo filho da minha xará Dânae, Perseu, neto do rei Acrísio, de Argos. Dado que matara (ainda que acidentalmente) seu avô, Perseu não herdou o trono de Argos, de forma que se estabeleceu na região e fundou Micenas.
A história mitológica de Micenas é longa, na qual abundam guerras, amores, traições e tramas mirabolantes – o relato da wikipedia está bem interessante.
Tão interessante quanto a mitologia, são as ruínas da civilização Micênica, que hoje vislumbramos pelo que resta da acrópole, das muralhas e dos diversos túmulos, construídos com blocos de pedra de enormes proporções, que ficam ainda mais intrigantes ao se considerar que foram erguidos cerca de mil anos antes que as estruturas gregas do período clássico (como as que vemos, hoje, na Acrópoles de Atenas).
O Portal do Leão é a construção mais conhecida de Micenas, datado de aproximadamente 1.250 a.C., época em que a cidade prosperava e dominava boa parte do que hoje é a Grécia.
Ainda que eu recomende passar ao menos uma noite em Nauplia e conhecer com calma Micenas, Epidauro e Corinto, dá para fazer tudo isso em um bate-e-volta de Atenas, de carro ou com um tour organizado.
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Dia 8 – Esparta e chegada em Kiparissi
Saindo de Nauplia, fomos até Esparta, onde paramos para almoço. Apesar da história por trás do nome, restam poucos fragmentos da glória antigamente vivida pela cidade. Paramos lá apenas para comer, deixar as crianças brincarem um pouco num parquinho, tomar sorvete, e seguimos em frente.
De Nauplia a Esparta são 120km, e dali a Kiparissi são mais uns 90km, mas se prepare – a velocidade média nesse segundo trecho deve ficar ao redor dos 60km, na melhor das hipóteses.
A estrada para Kiparissi é uma atração a parte. Estradinha em pista simples, praticamente sem acostamento, cheia de curvas e vistas de tirar o fôlego. Se você gosta de ir onde poucos se atrevem, Kiparissi é para você!
Imagino que seja uma das poucas praias em que, no auge do verão grego, você não se sentirá sufocado pela multidão se acotovelando e disputando cada espaço nas pedras como se fosse a fila do gargarejo no show da Taylor Swift.
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Kiparissi foi onde escolhemos realmente curtir a praia e nos dedicarmos ao dolce far niente com vista para o Meditarrâneo.
Mas essa vida boa foi por míseros 2 dias, pois a gente tem comichão e não se agenta a ficar parado com tanta maravilha a conhecer no sul do Peloponeso.
Nos hospedamos no Atalanti Apartments, pousadinha agradabilíssima, a meia-quadra da praia, com atendimento nota dez. Era um pequeno apartamento de 1 quarto, com duas camas de solteiro na sala, cama de casal no quarto, um banheiro e uma pequena cozinha, de quebra uma varandinha com vista para o mar. Nada mal.
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Dias 9 a 12 – Kiparissi, day-trip para Monemvasia e Elafonisos
Dos 4 dias inteiros que tivemos em Kiparissi, dois foram destinados a curtir a praia – afinal, onde já se viu ir para a Grécia e não aproveitar o mar?
Nos outros dias, fizemos bate-e-volta a Monemvasia e Elafonisos.
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Monemvasia
Já escrevi sobre Monemvasia neste post sobre 5 cidadezinhas imperdíveis na Europa – só pelo título você já percebe o quanto eu gostei desse vilarejo charmosérrimo na beira do Mediterrâneo.
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Monemvasia é um daqueles lugares mágicos, que te chama a sentar numa mesinha e tomar um drinque enquanto aguarda a vida passar. Se você conseguir uma mesa com vista para o mar, perfeito; se não conseguir, a vista da cidade, e do forte no alto do morro, são igualmente espetaculares.
Fundada em 583, a ilha-cidade é dominada por uma imponente fortaleza medieval, na chamada “cidade alta”. Ao longo dos séculos, passou por dominação bizantina, árabe, normanda, veneziana, turca e otomana.
Ou seja, durante séculos, Monemvasia foi um importante porto e fortaleza, disputado pelos diversos povos que abitavam a região, o que pode ser visto nas ruínas e vestígios encontrados tanto na cidade alta quanto na cidade baixa. A cidade-fortaleza era completamente auto-suficiente e seus habitantes podiam sobreviver por meses dentro das muralhas se estivessem sob ataque.
Fomos para lá só para passar o dia, mas agora vejo que teria sido melhor dormir ao menos uma noite em Monemvasia. Além de não termos gastado tempo voltando a Kiparissi, pernoitar lá facilitaria a ida, no dia seguinte, a Elafonisos – são apenas 42km entre os dois locais, mas a estrada é cheia de curvas e sugere-se 1 hora para percorrê-los.
Em Monemvasia há diversos hotéis e pousadas charmosíssimos. Recomendo se hospedar na ilha, o Ardamis Guesthouse parece um sonho, assim como o Bastione Malvasia Hotel. Opções mais econômicas são encontradas na parte continental da cidade, como o Filoxenia Hotel, bem próximo à ponte que conecta a ilha ao continente, o Panorama e várias outras alternativas – como a principal atividade econômica do local é o turismo, há opões para todos os gostos e bolsos.
Se preferir, há tours saindo de Atenas que percorrem uma boa parte do trajeto que fizemos pelo Peloponeso, incluindo Monemvasia.
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Elafonisos
Pense naquela água transparente, azul turquesa clara, sem onda alguma, com areia branca, numa das regiões mais bonitas da Grécia.
Elafonisos é uma das praias mais lindas e agradáveis que já visitei. Além de sentar na areia (há cadeiras para alugar em um dos trechos da praia), aproveitar um banho de mar e curtir a vida, não há muito mais que fazer, além de comer e beber nas diversas tavernas que pontilham a rua principal do vilarejo.
Para chegar lá, é necessário ir até a vila de Vigklafia e pegar um ferry para a ilha – não pegamos fila no ferry, mas ouvimos algumas pessoas comentarem que dependendo do dia e horário a espera pode passar de 1 hora.
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Há algumas opções de hospedagem na ilha de Elafonisos que parecem bem agradáveis, como o Sea and Sand e o Estella Studio.
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Dia 13 – Mystras
De Kiparissi, partimos cedo em direção a Dimitsana, nosso próximo destino, porém o 13º dia de nossa viagem foi dedicado a cobrir os quase 200km que separam uma cidade da outra e incluir um desvio de mais alguns quilômetros para conhecer Mystras. Apesar da distância não ser longa, as estradas são em pista simples e com muitas curvas.
Mystras é uma antiga cidade fortificada da época bizantina, fundada em 1249d.C. e que teve seu auge nos séculos XIV e XV, época em que era o segundo centro mais importante do império bizantino, atrás apenas de Constantinopla. Foi incluída na lista de Patrimônio da Humanidade da UNESCO em 1989.
Também chamada “maravilha da Morea” (já que era a capital da região de Morea), é uma cidade-fortaleza em pedra, com vistas de tirar o fôlego. Com algumas construções bastante conservadas e repletas de mosaicos, vale a pena conhecer mais esse período da história grega.
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Chegamos já no fim da tarde em Dimitsana, onde nos hospedamos na Guesthouse Kazakou, um bed and breakfast familiar, em uma casa histórica com paredes de pedra, sensacional! Em termos de autenticidade, foi a mais interessante que pegamos na viagem.
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Dia 14 – Dimitsana
Dimitsana foi uma grande surpresa em nosso roteiro de 15 dias no Peloponeso, Grécia. Não havia sido planejada.
Enquanto estávamos no nosso roadtrip grego, conversando com outros viajantes e locais, ouvimos falar desse lugar, uma vila nas montanhas da Arcadia, a 1.000 metros de altitude. Bastou uma rápida pesquisa na internet para decidirmos: vamos abrir mão de um dia na praia e conhecer as montanhas do Peloponeso!
Foi uma experiência interessantíssima: se você também fica cansado das hordas de turistas que baixam em qualquer praia grega no verão, e do calor saariano que por lá faz, considere uma visita a um desses vilarejos nas montanhas. Cheias de história, charmosas casas tradicionais e restaurantes familiares com as comidas mais deliciosas que provamos no país, esses achados dão à viagem aquele sabor especial.
A vila é toda construída em pedra – casas, igrejas ortodoxas, prédios públicos, comércio, restaurantes, praticamente toda a cidade mantem a arquitetura histórica tradicional.
Além do charme da cidade em si, vale a pena visitar a região para conhecer os dois mosteiros construídos nas encostas de vales no rio Lousios: Filosofos – fundado em 963, é o mais antigo da região da Arcádia – e Prodromos.
Esse último – Mosteiro Prodromos, fica incrustrado numa encosta, construído nas rochas, com as varandas e corredores conectando as salas que parecem precariamente pendurados na encosta. É possível subir e visitar a capela, as vistas são incríveis e os monges que nos receberam muito simpáticos.
Uma caminhada de meia hora ao longo de uma trilha que começa no Mosteiro Prodromos leva – passando pelo desfiladeiro em frente ao Mosteiro Filosofou – à chamada escola secreta (kryfo scholio), que operava secretamente pela Igreja Ortodoxa Grega durante o domínio otomano. A trilha de cerca de 800m é fácil, apesar de bem íngreme, e bem sinalizada, mas desistimos na metade pois as crianças estavam um pouco desanimadas, começou a ficar tarde e resolvemos não seguir em frente, pois ainda teríamos muita viagem pela frente…
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Além de Dimitsana, outras localidades nessa região que valem a parada são Vitina, Stemnitsa, Karitena e Valtesiniko. Na região há diversas opções par rafting e trekking.
Saindo de Dimitsana em meados da tarde, chegamos já no fim do dia em Atenas – são 200km, que fizemos em pouco mais de 2 horas.
Essa última noite em Atenas – por comodidade, ficamos no Plaka Hotel – teve gostinho de fim de viagem: foi o tempo de deixar as malas, sair para jantar na região da Plaka e já ficar sonhando com “na próxima vez que viermos à Grécia…”
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Dia 15 – Atenas e a volta à casa
Nosso voo saiu cedíssimo de Atenas, rumo à Roma, onde tivemos 9 horas de escala – com direito a uma escapadela para um bom almoço, gelatto e mais uma foto na Fontana di Trevi, e a noite pegamos o voo ao Brasil.
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Outras sugestões
Esse roteiro ficou excelente mas, depois de testá-lo, eu faria um pequeno ajuste: incluiria 2 noites de hospedagem em Monemvasia e faria o day-trip para Elafonisos de lá, ou então 1 noite em Monemvasia e 1 em Elafonisos. Do restante, não alteraria nada.
Se você tiver mais tempo na Grécia, uma região que não exploramos e que morro de vontade de conhecer é Meteora. Fica a cerca de 240km de Delfos, ou 350 km de Atenas, o que demandaria ao menos 3 dias para visitá-la, e mesmo assim a visita aos mosteiros seria corrida. Num roteiro de 20 dias, incluir Meteora seria perfeito!
E porque não combinar esse roteiro com algumas das ilhas gregas? Mikonos e Santorini são as mais famosas e preferidas pelos brasileiros, mas eu escolhi Creta. Fui com minhas filhas e ficamos uma semana visitando Heráclio, Retimno e Chania e curtindo as praias – sabia que Creta é uma das únicas ilhas gregas em que você encontrará praias de areia?
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Roteiro detalhado com mapa – 15 dias pela Grécia continental
Aqui está o mapa do Google MyMaps, com nosso roteiro detalhado, é só clicar e salvar na sua conta do Google. Quando você for por planejar sua próxima viagem à Grécia, já sabe por onde começar 😉
Nesse post explico como eu uso o Google MyMaps para planejar minhas viagens, é um recurso muito bom, vale a pena conhecer!
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Todos os nossos posts sobre a Grécia, para te inspirar e ajudar a viajar mais:
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