Ir ao Marrocos era um sonho de longa data. Quando fui pela primeira vez à Espanha, minha ideia era atravessar o Estreito de Gibraltar até Tanger, e seguir viagem para Fes e Marrakesh. Para resumir a história, amei tanto a Espanha que deixei de lado a ideia marroquina, só para depois me arrepender e ter que esperar quase três décadas para finalmente colocar os pés naquele país.
A espera foi longa, mas valeu a pena. Não só eu amadureci, tive tempo para pesquisar melhor o que há para ver e fazer no Marrocos, mas também o país melhor se estruturou para receber turistas. Poderia ter ido antes? Sem dúvida, mas o importante é que fui. E estou aqui para contar tudo a vocês.
Fizemos esse roteiro de dez dias pelo Marrocos em duas mulheres – mas já afirmo que pode ser feito por qualquer pessoa, inclusive por famílias com crianças. No entanto, este roteiro também pode ser usado se você foi viajar com carro alugado ou com tours como este de oito dias (que inclui uma noite no deserto) ou este de sete dias ao quais é possível adicionar o passeio de mais três dias para o deserto do Saara em Merzouga.
Dê também uma olhada neste post, onde detalho tudo que você precisa saber antes de ir ao Marrocos: da melhor época para visitar ao que vestir, tem um compilado de dicas e informações para sua viagem ser tão sucesso quanto a minha!

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Todos os nossos posts sobre viagens na África:
- Roteiro de 20 dias na África do Sul, com safaris, paisagens incríveis, cultura, vinícolas, praia e muito mais
- África do Sul – o que você precisa saber antes de visitar (e sugestões de roteiros)
- Como visitar o Parque Kruger sem gastar uma fortuna – vem comigo que é fácil!
- Roteiro Quênia e Tanzânia (com safari no Serengueti e praia em Zanzibar)
- Roteiro de 10 dias no Marrocos – o melhor para sua primeira visita ao país
- Tudo que você precisa saber para viajar ao Marrocos: quando ir, o que vestir, segurança e muito mais
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Neste post, você vai encontrar:
ToggleVisão geral do roteiro de 10 dias no Marrocos
Depois de muito pesquisar, discutir com minha companheira de viagem e com a agência que nos assessorou, decidimos por este roteiro:
1️⃣ Chegada em Casablanca, ida a Rabat
2️⃣ Rabat pela manhã; a tarde ida a Chefchaouen
3️⃣ Chefchaouen
4️⃣ Volubilis, Méknes, chegada em Fès no fim do dia
5️⃣ Fès
6️⃣ Ida à Merzouga, pernoite em acampamento no deserto do Saara
7️⃣ Ida à Ouarzazate
8️⃣ de manhã, ida à Marrakesh; tarde em Marrakesh
9️⃣ Marrakesh
🔟 Marrakesh
no 11º dia, voo diurno de volta a São Paulo pela Royal Air Marroc, saindo cedo de Marrakesh com conexão em Casablanca (chegada em SP as 22h30) – confira aqui como é voar pela Royal Air Marroc.
Esse roteiro foi simplesmente perfeito! Fizemos tudo que gostaríamos de fazer, conhecemos cidades históricas e suas medinas, visitamos a “cidade azul”, passamos uma noite no deserto, rodamos por paisagens belíssimas ao longo de vales que pareciam miragens, passamos diversas vezes pela Cordilheira do Atlas, e finalizamos em grande estilo em Marrakesh. Não só os pontos visitados, mas a ordem do roteiro foi certeira.
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Porque não incluímos Casablanca no roteiro?
Apesar do nosso voo ter pousado em Casablanca, optamos por não visitar a cidade.
Pelas informações que havíamos obtido em blogs e conversando com amigos que já haviam ido ao Marrocos, ficamos com a impressão que não havia nada em Casablanca que nós não fossemos ver em outras cidades de nosso roteiro.
A principal atração da cidade é a Mesquita Hassan II, que parece ser bastante bonita e imponente, porém, pesando prós e contras, e tendo em vista nosso limitado tempo, decidimos deixar a maior cidade marroquina para outra oportunidade. Não me arrependo. De qualquer forma, você pode consultar atividades para fazer em Casablanca aqui.
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Onde se hospedar no Marrocos
Onde ficar em Rabat
Depois de pousar em Casablanca, encontramos com nosso guia e motorista e fomos direto à Rabat (cerca de 90km). Paramos no caminho para almoçar e chegamos em Rabat no início da tarde, nosso guia nos levou ao Euphoriad, um lindíssimo riad, completamente reformado, na medina de Rabat. Não há acesso por carro ao riad, o motorista nos deixou numa das entradas da medina e seguimos caminhando por três quarteirões até a acomodação (por essas e outras que sempre viajo só com mala de mão!). Apesar do quarto em que nos hospedamos ser pequeno, o hotel é excelente, o pátio central é lindo, a decoração de muito bom gosto, a piscina e bar no rooftop deliciosos e o café da manhã muito bem preparado.
Riads são casas tradicionais marroquinas, típicas das medinas, construídas ao redor de um pátio interno com jardim ou fonte, com decoração típica marroquina de mosaicos e entalhes. Muitas dessas casas foram restauradas e transformadas em charmosos hotéis, com a arquitetura e a hospitalidade típica do Marrocos. Nesta viagem, ficamos apenas em riads, e recomendo fortemente.
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Onde ficar em Chefchaouen
No emaranhado de ruelas e casas azuis, ficamos no Lina Ryad, um oásis entre as lojinhas que vendem souvenirs. O hotel é numa casa antiga, com toda a autenticidade esperada, mas ao mesmo tempo muito confortável. Foi uma das camas mais confortáveis da viagem, o chuveiro era excelente, o café da manhã delicioso e muito bem servido.
Importante: Chefchaouen fica numa encosta, a cidade inteira é subida e descida e escadas para todos os lados. Os carros chegam até um certo ponto, depois é necessário seguir à pé, ladeira acima. E para finalizar, o hotel não tem elevador (nosso quarto era no 2º andar). Não recomendo a visita à Chefchaouen para pessoas com restrições de locomoção, dor no joelho, no quadril ou qualquer dificuldade para subir e descer escadas.
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Onde ficar em Fes
Em nossa saga por acomodações tradicionais, optamos novamente por um riad, o Dar Lys Riad, na medina de Fès. Apesar de estruturado como um riad, grande parte do hotel é uma construção moderna, nosso quarto era bastante espaçoso e o banheiro muito bom. Porém, o serviço e a limpeza do local deixaram a desejar, por isso não vou colocar o link aqui.
Mas recomendo muito ficar na Medina de Fès, há diversas opções de hospedagem, de riads simples até os mais esplêndidos. Dê uma olhada no mapa e faça sua seleção:

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Onde ficar em Merzouga – Deserto do Saara
Saímos de Fès em direção ao deserto do Saara, em Merzouga, para uma noite num verdadeiro glamping. Há diversos acampamentos no deserto, o nosso foi o sensacional Merzouga Luxury Desert Camp.
Amei tudo no acampamento. São diversas “tendas” organizadas ao redor de um espaço central onde há uma fogueira de chão, em que ficamos à noite, após o jantar, batendo papo e observando o céu estrelado.
Por fora, os quartos pareciam tendas beduínas, mas eram verdadeiros quartos mesmo, enormes, com uma cama de casal gigante e uma de solteiro, o banheiro era nota dez (água quente com pressão excelente), ar condicionado, decoração de bom gosto, tudo muito limpo.
A hospedagem inclui meia-pensão: o jantar do dia da chegada e o café da manhã do dia seguinte, que são servidos numa “tenda master”. A comida estava deliciosa (foi uma das melhores refeições da viagem!), o serviço foi impecável (também o melhor serviço da viagem), por mais que eu procure não consigo encontrar um ponto negativo nessa experiência. Levamos uma garrafa de vinho marroquino (compramos no caminho, em Ifrane), ao chegar lá deixamos com o staff do hotel e nos foi servido, na temperatura certa, com nossa refeição.
Também está incluído na hospedagem um passeio de dromedário pelas dunas para assistir ao pôr-do-sol. O passeio é bem tranquilo, mas o momento em que o dromedário levanta, e depois quando ele abaixa, foi pura emoção! É segurar firme e dar risada!
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Onde ficar em Ouarzazate
A próxima parada da viagem foi em Ouarzazate, no caminho entre Merzouga e Marrakesh. Apesar de eu ter amado o acampamento no deserto, o Hotel Riad Ksar Ighnda foi o meu preferido de toda a viagem.
Essa região do Marrocos é marcada pelas Kasbah, que são cidadelas-fortalezas, estruturas históricas com arquitetura bérber em argila. Diversas foram transformadas em pousadas e hotéis, como é o caso do nosso.
O hotel é composto por diversos prédios antigos restaurados, nosso quarto era muito confortável e bem equipado, mas a piscina e a vista para o vale foram os pontos altos. A hospedagem incluiu meia-pensão (jantar e café da manhã), o que foi ótimo pois ao redor do hotel não há muita coisa; para conseguir um jantar decente provavelmente teríamos que ir de carro até Ouarzazate.
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Onde ficar em Marrakesh
Marrakesh foi nossa última parada neste roteiro de dez dias pelos Marrocos. Sabe aquela máxima, deixar o melhor para o final? Pois foi exatamente isso que fizemos.
Em Marrakesh nos hospedamos no sensacional Les Jardins de La Katoubia, que tem localização nota dez. Não sei como poderia ter uma localização melhor: na entrada da Medina de Marrakesh, entre a Koutoubia e a Praça Jemaa el-Fnaa, estar com fácil acesso à medina fez toda diferença nos dias em que ficamos em Marrakesh. O hotel é lindo, com os quartos ao redor de um pátio central dominado por uma enorme e deliciosa piscina. Nosso quarto era gigante, o banheiro então, uma verdadeira “salle de bain”, o staff foi bastante atencioso, o café da manhã daqueles que você sai rolando, de tanta coisa deliciosa. Enfim, recomendo fortemente.
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O que fazer no Marrocos
Aqui vai uma visão geral dos principais atrativos em cada uma das cidades que visitamos, mas não esqueça de dar uma olhada no post com nosso compilado de dicas para viajar ao Marrocos: quando ir, o que vestir, se é seguro para mulheres viajarem sozinhas no país e mais.
O que fazer em Rabat
Rabat foi a primeira cidade de nosso roteiro pelo Marrocos. É a capital do país e, como toda capital costuma ser, a mais limpa e organizada que visitamos. Ficamos cerca de 24hs em Rabat, o suficiente para conhecer as principais áreas da cidade e ter aquele gostinho do que encontraríamos pela frente.
Para um dia em Rabat, a sugestão é começar com um caminhada pela orla da cidade, que fica na foz do Rio Bou Regreg. Ali há um pequeno pier (Quai de Bouregreg), com alguns restaurantes e quiosques, andamos por ali num fim de tarde bastante agradável.
Próximo à foz do rio, está o Kasbah des Oudayas, uma antiga cidade-fortaleza medieval, com suas ruelas de casinhas brancas hoje repletas de lojinhas e turistas, além do Jardins Andalous e o souk (mercado).
Fomos ainda de carro até o Palácio Real, sede do governo marroquino, porém somente é possível visitar a parte externa.
De lá, seguimos ao Mausoléu do Rei Mohamed V (e seus dois filhos, um deles o Rei Hassan II), um pavilhão de mármore e mosaicos lindíssimos, com telhado em azulejos verdes. Do outro lado da praça Yacoub Al Mansour está a Torre Hassan. Foi construída no séc. XII como parte do que pretendia ser a maior mesquita do mundo, porém a logo depois a empreitada foi abandonada. A torre segue o mesmo estilo de outras duas construídas durante o reinado do sultão Yacoub El Mansour: a Koutoubia de Marrakesh e a Giralda de Sevilha.
Fizemos todo esse rolê com nosso guia e foi excelente, mas caso você esteja viajando por conta própria, recomendo muito pegar a visita guiada em Rabat.
A tarde seguimos para Chefchaouen, são 340km, levamos cerca de 5 horas (com uma parada no caminho).
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O que fazer em Chefchaouen
Chefchaouen, a cidade azul marroquina catapultada à fama pelas redes sociais.
Uma vila absolutamente turística, com casinhas pintadas de azul até onde o braço alcança vendendo bugigangas “típicas” e cada esquina e escada transformada em ponto instagramável. Contrariando minhas expectativas, achei Chefchaouen bastante agradável, os preços razoáveis, a comida saborosa e (parte das) bugigangas de bom gosto (ainda que muitas delas visivelmente made in China).
A pedida lá é simplesmente caminhar pelas ruelas e parar para fotos, tomar um onipresente chá de hortelã, ou um suco (são deliciosos, aproveite!), se perder nos becos e escadarias e, novamente, tirar mais algumas fotos. Estávamos com guia, mas se você não estiver, é possível contratar o passeio guiado na cidade, recomendo muito.
Ficamos duas noites em Chefchaouen. Se você estiver com tempo restrito, daria para ficar uma noite só, mas nesse caso recomendo sair logo cedo de Rabat, para ter a tarde inteira para curtir a cidade.
Se você estiver vindo ao Marrocos pelo Estreito de Gibraltar, é caminho. Para nós, acabou ficando meio fora de mão, foram 340km a partir de Rabat. Chegamos até a cogitar tirar do roteiro. Ainda bem que não o fizemos: eu curti demais o lugar.
Mas atenção: Chefchaouen fica numa encosta, a cidade inteira é subida e descida, escadas para todos os lados. Não recomendo a pessoas com mobilidade reduzida, dor no joelho, no quadril etc.
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O que fazer em Meknes / Volubilis
Seguimos viagem em direção à Fès, parando no caminho para conhecer as ruínas romanas de Volubilis e a cidade imperial de Meknes.
Volubilis foi uma próspera cidade no extremo sudoeste do Império Romano, com tudo que qualquer cidade da época tem direito: templo, foro, banhos, chão de mosaicos, zonas residenciais e de artesãos, e até um arco do triunfo, rodeada por muralhas com 2,6 km de extensão.
Teve seu apogeu entre os séculos I a.C. e II d.C., depois foi ocupada por outros povos – inclusive por Idris ibne Abedalá, fundador do primeiro estado muçulmano de Marrocos. Em algum ponto da história foi abandonada, e sofreu o golpe de misericórdia no terremoto de 1755 (aquele que destruiu Lisboa). Declarada Patrimônio da UNESCO em 1997, é uma visita agradável e interessantíssima.
Depois seguimos viagem até Meknes, antiga capital marroquina, famosa por suas muralhas de 40 km de extensão que preservam a mais bela porta do Marrocos: a Porta Bab Mansour. Visitamos também o Mausoléu do Mulai Ismail, que reinou o país de 1672 a 1727 e transferiu a capital, então em Marrakesh, para Meknes.
Esse é um passeio que vale muito a pena, se você estiver viajando por conta própria, é possível fazer com tour saindo de Casablanca ou de Fès.
O trajeto todo desse dia foi cerca de 250km; saímos cedo de Chefchaouen e chegamos as 18hs em Fès.
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O que fazer em Fès
Fès foi a primeira capital do reino de Marrocos, fundada em 789 por Mulei Idris. Recomendo começar a explorar a cidade no Borj Nord, uma fortaleza construída em 1582, cuja planta é inspirada na arquitetura das fortalezas portuguesas do século XVI. Foi um dos maiores postos de vigilância da cidade de Fes e serviu também como fábrica de canhões. Dali dá para ter uma ideia da imensidão que é a medina em cujas vielas, dali a pouco, você se perderá.
Depois dessa visão panorâmica, é hora de entrar na maior medina do mundo. Fundada o século IX, é um emaranhado de ruelas e becos pra deixar desorientado até o melhor navegador. Nesse grande mercado, Patrimônio da UNESCO, você encontra a mais antiga universidade do mundo (Universidade al Quaraouiyine), lindíssimas madrassas (escola religiosa islâmica) – nós visitamos a Madrassa Cherratine e a Bou Anania, diversas mesquitas, o Mausoléu de Moulay Idriss, além de curtumes, oficinas de artesãos têxteis e marcheteiros, gêneros alimentícios dos mais usuais aos mais exóticos (vimos até dromedário!), enfim, um caos organizado de cores e cheiros de toda ordem para deixar qualquer um fascinado.
Ainda bem que estávamos com guia, pois primeiro eu teria me perdido loucamente e, segundo, não teria aproveitado nem um décimo da história e cultura do local – recomendo fortemente contratar uma visita guiada à medina de Fès.
Outra parada é o Palácio Real, porém só é possível visitar a parte externa, o suficiente para ficar maravilhado com as lindíssimas portas.
No dia seguinte, saímos cedo em direção ao deserto do Saara, em Merzouga. Foi um longo dia na estrada, aproximadamente 500km, chegamos no fim da tarde em nosso acampamento no deserto.
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O que fazer no deserto do Saara – Merzouga
Como contei lá no Instagram, não tinha como eu ir ao Marrocos e não ir ao Saara! Eu sabia que era longe, mas te digo: é loooonge de verdade. Foi um dia inteiro para chegar lá, em estradinhas de pista simples com curvas sem fim. Fizemos uma breve parada para esticar as pernas em Ifrane a um almoço rapidinho no meio do caminho. Nosso guia e motorista nos levaram até Arfoud, onde trocamos por um veículo 4×4, com motorista bérber, que nos levou até o acampamento no meio das dunas.
Apesar da distância, vale muito a pena ir até Merzouga! A primeira visão das dunas, ainda de dentro do carro, é de deixar sem palavras. Ao chegar lá, me senti realizando um sonho. Sabe aquele deserto que você desenhava quando era criança, aquele deserto de filme que habita a imaginação? Ele está ali, na sua frente. Eu já havia visitado desertos antes (o mais recente, no norte da Argentina), mas o Saara na região de Merzouga foi o mais espetacular que já vi.
A hospedagem no Merzouga Luxury Desert Camp inclui um passeio de dromedário pelas dunas no pôr-do-sol (não perca, é espetacular), mas chegando lá é possível contratar outros passeios, de dromedário ou quadriciclo. Recomendo também, depois do jantar, se afastar um pouco das luzes do acampamento (basta andar uns dez metros, não precisa ter medo não!) e contemplar o céu noturno.
No dia seguinte, após o café da manhã, seguimos por 350km em direção a Ouarzazate, com diversas paradas pelo caminho.
Se você estiver viajando pelo Marrocos sem motorista e guia, recomendo contratar um tour específico para fazer essa parte do roteiro, já que não há como chegar nas dunas sem veículo 4×4. Há opções saindo e retornando a Marrakesh ou saindo de Marrakesh e terminando em Fès.
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O que fazer no caminho entre Merzouga e Ouarzazate
Ouso dizer que este foi o trecho de estada mais lindo que percorri no Marrocos, e nos top 10 da vida. Uma das razões que eu queria tanto ir à Merzouga é que eu sabia que, no caminho, passaríamos por essa região, conhecida como a Estrada das 1000 Kasbahs.
A primeira parada foi em Tinghir, onde visitamos o imponente Cânion de Todra. Depois, a estrada segue por milhares de curvas ao longo da Cadeia do Atlas, numa paisagem bastante árida em que, de repente, surgem vilas em oásis repletos de palmeiras e casas construídas em adobe. Como uma miragem, as Kasbahs são estruturas históricas que funcionam como fortaleza, centro administrativo e proteção contra intempéries. São feitas de adobe, uma mistura de argila, palha e estrume, secas ao sol, um material tradicional com excelente regulação térmica e que pode durar séculos.
Uma das Kasbahs mais conhecidas é a Kasbah Ait Benhaddou, patrimônio da UNESCO desde 1987, que serviu de cenário para Laurence of Arabia, Tróia, Gladiador, Game of Thrones entre outros. Fundada em 757, estima-se que hoje os edifícios existentes remontem ao século XVII, mas seguem as mesmas técnicas tradicionais de construção. Outra kasbah preservada e relevante é a Kasbah Taourirt.
Ouarzazate é o principal polo cinematográfico do norte da África. Ali estão diversos estúdios, o mais famoso deles o Atlas Studios, que é possível visitar e os aficionados por cinema dizem ser interessantíssimo.
Aproveitamos o fim da tarde no delicioso Hotel Riad Ksar Ighnda (meu favorito da viagem) e no dia seguinte saímos cedo para Marrakesh (cerca de 180km).
É possível visitar essa região – que recomendo muito! – com um day-trip a partir de Marrakesh.
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O que fazer em Marrakesh
Marrakesh é destino presente em 11 de 10 visitantes ao Marrocos. Afinal, não é para menos: a cidade é repleta de atrações interessantíssimas, tem uma ótima estrutura turística e, acesso fácil. Se seu tempo no Marrocos for limitado, aproveite o máximo que puder em Marrakesh.
Mas sendo a principal cidade turística do país, Marrakesh traz consigo alguns se nões. Os preços são mais elevados, as atrações são mais lotadas (algumas absurdamente lotadas), práticas condenáveis (como a exploração de animais) ainda acontecem na praça central. Ao mesmo tempo, parece ser uma cidade muito mais aberta e tolerante, e nos sentimos bastante seguras ao caminhar pelas ruas de dia e à noite.
Ficamos 2 dias e meio em Marrakesh, achei que foi um tempo razoável, porém a cidade tem atrativos para facilmente encher a agenda por mais um ou dois dias. Além disso, para quem não quer se aventurar até Merzouga (ou não tem tempo para tanto), é possível visitar o deserto de Agafay, que fica a cerca de 40km da cidade, com tours no fim da tarde ou pernoitando no deserto.
Imperdível em Marrakesh é a Praça Jemaa El-Fnaa, aquela praça-mercado que tem de tudo um pouco, e caos de sobra. Durante o dia, é tomada por barracas de suco, vendedores e – tristemente – exploradores da vida animal. À noite, as barracas de suco continuam a pleno vapor, e sabe-se lá de onde, surgem mais centenas de barracas de comidas típicas (algumas eu até diria duvidosas), e o lugar ferve. Turistas e locais lotam a praça e artistas de rua e vendedores de todo tipo de bugigangas aproveitam para fazer valer o dia.
No coração da medina de Marrakesh, a Praça Jemaa El-Fnaa foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2008, por sua tradição oral, música, medicina popular e arte performática. Estando em Marrakesh, não tem como não ir à praça. Mesmo que você não a procure, de repente você se verá nela. Aproveite a experiência.
A Medina de Marrakesh é outro passeio essencial na cidade. É aquele mercado caótico, com lojinhas de tudo que se imagina, ruelas labirínticas e, quando você menos espera, estruturas históricas lindas e importantíssimas, como o Palácio Bahia, a Mederssa Ben Youssef, o Mausoléu Saadiano, a Mesquita e Torre Koutoubia – recomendo a visita a todos esses.
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No dia seguinte, fomos logo cedo ao Jardim Majorelle e Museu Yves Saint Laurent, um dos lugares mais lindos – e agradáveis – que visitamos no Marrocos.
Em 1924, o pintor Jacques Majorelle começou a criar, nas imediações de Marrakesh, seu refúgio, combinando arte e botânica. Construiu seu estúdio de pintura no estilo art déco e o pintou com um azul intenso que acabou virando nome de cor: “azul-Majorelle”. Em 1947, o jardim foi aberto ao público, mas, com o falecimento de Jacques, em 1962, foi abandonado. Até que ninguém menos que Yves Saint Laurent e Pierre Bergé o compraram e restauraram em 1980.
Hoje, além de passear pelos jardins deslumbrantes, dá para visitar o Museu Bérbere e o Museu Yves Saint Laurent – recomendo fortemente os dois! Mas atenção: os ingressos são com hora marcada e devem ser comprados com antecedência pela internet, no site oficial. Os Jardim Majorelle abre todos os dias da semana, das 8hs as 18h30, última entrada as 18hs.
Outros pontos que visitamos foi o Jardim de la Menara e o deslumbrante Hotel La Mamounia – já que a situação financeira não permitiu nos hospedarmos lá, fomos ao menos conhecer e almoçamos no L’Italien par Jean-Georges.
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Mapa completo de nosso roteiro de 10 dias pelo Marrocos
Nosso roteiro de dez dias pelo Marrocos está em detalhes no mapa abaixo, é só clicar e salvar na sua conta do Google. Quando você for por planejar sua próxima viagem ao Marrocos, já sabe por onde começar 😉
Nesse post explico como usar o Google MyMaps para planejar uma viagem, é um recurso muito bom, vale a pena conhecer!
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Como usar esse mapa: Clique na aba localizada no canto superior esquerdo do mapa para acessar várias camadas, incluindo pontos de interesse e rotas. Você pode escolher quais camadas visualizar selecionando-as no check-box correspondente. Para obter detalhes adicionais sobre pontos de interesse específicos, clique nos ícones correspondentes no mapa.
É fácil salvar este mapa em sua conta do Google Maps, basta clicar no ícone de estrela próximo ao título do mapa. Para acessá-lo no seu celular ou computador, abra o Google Maps, toque no botão de menu, vá para “Meus Lugares”, selecione “Mapas” e você encontrará este mapa listado entre os seus mapas salvos.
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Aqui estão os sites que sempre uso para planejar minhas viagens:
– 🛏️ Hospedagem: Booking
– ☀️ Passeios: Civitatis & Get Your Guide
– 📱Chip de celular: e-SIM da Airalo
– 🚗Aluguel de veículos: RentCars
– ⚠️ Seguro-viagem: Real Seguros
– 🧳 Itens de viagem: Amazon
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Todos os nossos posts sobre viagens na África:
- Roteiro de 20 dias na África do Sul, com safaris, paisagens incríveis, cultura, vinícolas, praia e muito mais
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