Como visitar o Parque Kruger

Quer visitar um dos mais icônicos parques africanos, avistando milhares de animais, com muito conforto e paisagens belíssimas, e ainda por cima sem gastar horrores? Vem comigo que te explico como visitar o Parque Kruger, na África do Sul!

Fazer um safari na África era um sonho de décadas.

Há um certo tempo eu estava querendo ir para a África subsaariana e, óbvio, uma das atividades obrigatórias seria fazer um safari. Mas quando começava a pesquisar, tudo que encontrava eram hotéis caríssimos, tão caros quanto se pode cobrar por drinques ao pôr-do-sol na piscina com borda infinita observando as girafas, zebras e elefantes calmamente andando pela savana, e ainda por cima com passeios que pareciam ser meio ‘fakes’ (animais chipados, felinos alimentados, coisas do tipo), algo que não me atraia, nem meu bolso permitia.

Então, arregacei as mangas e pus as mãos à obra. Revirei a internet, li diversos guias de viagens, falei com desconhecidos pelo instagram, mandei mensagem para a tia da prima da amiga, fiz e refiz os planos várias vezes e depois de muito quebrar a cabeça, voilá, não só conseguimos fazer o safari dos sonhos, como foi um dos pontos altos (talvez o mais alto) da nossa viagem de 20 dias pela África do Sul.

Então vamos lá, aqui te trago tudo mastigado e os links que você precisa para realizar esse sonho.



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Um pouco sobre o Parque Nacional Kruger, na África do Sul

Em nossa viagem de 20 dias pela África do Sul, passamos três dias no Kruger, mas poderíamos ter ficado muito mais. Ver os animais na natureza, livres, é uma experiência única. Por mais que você já tenha visto milhares de fotos, o primeiro momento em que você avista um animal africano na natureza é inesquecível. A expectativa da procura, e a emoção ao avistá-los, é indescritível.

Lá, a natureza é quem dita as regras. Os animais não sofrem qualquer interferência humana. Não são alimentados, não são “chipados”, nem são atendidos em caso de doença ou acidente. A vida selvagem como ela é.

Enquanto os animais têm vida livre, nós, humanos, ficamos restritos ao interior dos nossos carros ou dos acampamentos devidamente cercados. Exatamente o oposto do que estamos acostumados em zoológicos – um ponto bem interessante para reflexão.

O Kruger, provavelmente o parque nacional mais famoso da África do Sul, foi estabelecido em 1898 como Sabie Game Reserve e aos poucos foi sendo ampliado, até assumir os contornos atuais, compreendendo uma área de 19.633 km2 (pouca coisa menor que o estado de Sergipe), estendendo-se até a fronteira com Moçambique e Zimbabwe. É um dos “game parks” que mais recebe visitantes no mundo, e conta com (documentadas) 507 espécies de pássaros, 336 árvores, 147 mamíferos, 114 répteis, 49 peixes e 34 anfíbios.

Aproveite e confira este post onde resumi todas as informações que você precisa saber antes de visitar a África do Sul.

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Quando ir ao Parque Kruger

Há duas estações distintas na região, a época de chuva e a seca.

A estação quente e chuvosa vai de outubro até meados de março, quando as chuvas diárias transformam o parque, normalmente árido, em uma imensa área verde, enchendo rios e lagos, numa paisagem belíssima. No entanto, o aumento da folhagem da vegetação dificulta o avistamento de animais.

O período de abril a setembro é a época seca, com temperatura mais amena e noites frias. A vegetação seca, a água rareia, ficando apenas disponíveis em rios perenes e em alguns lagos, o que facilita o avistamento dos animais. Tende a ser a melhor época para ver animais.

Fomos ao Parque Kruger em janeiro, no auge da época chuvosa. O parque estava lindo, tudo verdinho, com muita água, diversas áreas alagadas, rios transbordando, sol fortíssimo e calor absurdo. Mesmo não sendo a melhor época do ano para avistar animais, vimos muitos, mas muitos mesmos.

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Como chegar ao Parque Kruger

O parque conta com diversas entradas.

O aeroporto O.R. Tambo (JNB), em Johanesburg, é o principal aeroporto internacional da África do Sul, para o qual há voos de diversas partes do mundo.

É possível ir direto do aeroporto de Johanesburg direto para o parque, aqui tem uma tabela com as distâncias e estimativas de tempo para chegar em cada entrada. Para se ter uma ideia, do aeroporto de Johanesburg até a Numbi Gate são 370km, cerca de 4h20 de carro; para a Malelane Gate, 390km ou 4h20, para Phabeni Gate 400km, cerca de 4h30. Essas são entradas na parte sul do parque, se você for para a parte mais ao norte, as distâncias são um pouco maiores.

O aeroporto mais próximo da parte sul do parque é em Nelspruit – Kruger Mpumalanga International Airport (CPT), fica a 38km (40 minutos de carro) da Numbi Gate, 68km (50 min) da Malelane Gate ou 112 km (1h20) da Crocodile Bridge Gate.

No nosso caso, estávamos vindo de carro de Graskop, passamos por Hazyview e entramos no parque pela Phabeni Gate.

Preste atenção ao horário de abertura e (principalmente) fechamento das entradas, que varia ao longo do ano. Aqui tem a tabela com os horários.

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Onde se hospedar no Parque Kruger

Hospedagem dentro do Parque Kruger

Há diversos “acampamentos” dentro do parque. Apesar do nome, têm estrutura de pousada/hotel e são excelentes. Dê uma boa olhada no site oficial www.sanparks.org para verificar localização, estrutura, acomodações disponíveis e tudo mais, já que pode variar bastante de um local para outro (no Skukuza tem até campo de golfe!). Além disso, dentro de um mesmo acampamento há diversos tipos de acomodação, que variam bastante em termos de tamanho e conforto. Há desde quartos simples com banheiro compartilhado até cabanas com vistas para o rio, no melhor estilo “glamping”.

Ficamos no Skukuza Main Rest Camp e no Lower Sabie Main Rest Camp.

O Skukuza é o maior de todos os acampamentos, tem restaurantes, piscina (que não usamos), loja de conveniência, lavanderia, posto de gasolina e várias outras facilities. O Lower Sabie também é bem grande e estruturado e, na minha opinião, o mais bonito entre os dois.

É essencial reservar os acampamentos com a maior antecedência possível, pois as vagas acabam bem rápido. Tudo é feito pelo site oficial dos parques nacionais sul-africanos, www.sanparks.org, especificamente nesta página.

Para se ter uma ideia reservamos em agosto, para nos hospedarmos em janeiro, e em nenhum desses campos havia acomodação para 4 pessoas disponível – ou seja, há quartos/chalés para 4 ou mais pessoas, mas já estavam todos reservados.

No acampamento do Lower Sabie, pegamos uma “cabana” ( “safari tent”) para 2 pessoas (essa da foto), com banheiro, cozinha, uma pequena sala e uma ótima varanda. Essa “tenda” era tão legal que eu e as duas meninas dormimos lá, as 3 na cama de casal :-). Pegamos também um quarto triplo com banheiro compartilhado, que fica em uma área mais antiga do lugar e que não tão agradável como essa cabana da foto.

No Skukuza pegamos 2 chalés duplos (chamado “bungalow”), um ao lado do outro, também cada um com banheiro e uma pequena cozinha na varanda externa.

Uma dica é se hospedar em diversos acampamentos dentro do parque, pois assim você consegue conhecer áreas distintas e tem (imagino eu) mais oportunidades de avistar diferentes animais. Pelo menos, foi isso que fizemos e foi ótimo: alguns animais só vimos na região de Skukuza, outros só vimos na região do Lower Sabie – pode ter sido coincidência ou não, mas só no game drive do Skukuza vimos leoas, e só no game drive do Lower Sabie rinocerontes e hipopótamos.

Além do que, a não ser que você queira descansar ou curtir a piscina (nos acampamentos que dispõe de piscina – os que ficamos tinham, mas nem chegamos a ver onde eram, ficamos realmente o tempo todo atrás dos animais!), entre o fim do passeio do nascer do sol e o início do passeio do por do sol, a única coisa que lhe resta é andar de carro pelo parque.

Aqui tem a tabela com a distância e os tempos estimados de viagem entre cada acampamento.

Hospedagem próxima ao Parque Kruger

Mas se você quiser se hospedar em reservas privadas, há diversas próximas ao Parque, muitas delas sem muros entre as áreas particulares e o Parque Kruger, o que possibilita aos animais transitarem livremente entre as áreas. Mas ao se hospedar fora do Parque, você deverá observar os horários de entrada e saída do Parque, sem falar que, pelo que pesquisei na época, o custo-benefício das acomodações dentro do parque era bem melhor.

A cidade de Hazyview é um dos principais pontos de hospedagem próximo à entrada oeste do Parque. Na época, eu havia gostado do Kruger Gate Hotel e do Midluli Safari Lodge, mas, como disse, optamos pela hospedagem dentro do parque pelo excelente custo-benefício.

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Onde comer no Parque Kruger

Os acampamentos dentro do Parque Kruger – ao menos os que ficamos (Skukuza e Lower Sabie) tinham uma ótima estrutura, com restaurantes, bar e loja de conveniência. Comer não foi um problema, ao contrário, foi uma experiência extraordinária.

Café da manhã, almoço e jantar, tudo bem preparado e saboroso 😋 e, as margens do Rio Sabie, avistando zebras , búfalos, girafas, crocodilos e elefantes, além de uma infinidade de pássaros, não vejo como poderia ser melhor localizado.

Mas, caso você não queira usufruir dos restaurantes, as cabanas em que ficamos dispunham de cozinha – simples, porém completa.

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Como visitar o Parque Kruger

Animais em vida livre! Afinal de contas, foi para isso que fomos até lá.

A emoção de avistar, pela primeira vez, um animal africano em vida livre, no seu habitat, livre de interferência humana, é indescritível. Ficará para sempre na memória.

Há duas formas principais de conhecer o parque e avistar os animais: com seu carro particular ou com os tours oferecidos pelo parque (os chamados “game drives”). Recomendo fazer das duas maneiras.

O parque é cortado por diversas estradas pavimentadas; você pode entrar (após pagar a taxa na entrada) com seu carro particular e transitar livremente pelas vias asfaltadas.

Mas atenção, há algumas regras importantíssimas a serem seguida, aqui as principais (as regras completas estão aqui em inglês):

– você deve ficar dentro do carro o tempo todo, exceto nas áreas em que estiver claramente indicado de forma contrária. Não pode por o braço para fora da janela, nem a mão, nem um dedinho que seja, muito menos a cabeça, nem abrir o teto solar;

– não pode fazer off-road – fique apenas nas vias indicadas para veículos. Na dúvida, não entre.

– respeite o limite de velocidade

– as portarias dos acampamentos tem horário de abertura e fechamento. Preste atenção para voltar ao seu acampamento antes do fechamento dos portões! Não é possível passear pelo parque após o fechamento dos portões.

– não é permitido levar animais domésticos ou selvagens ao Parque, nem retirar animais.

Há também os passeios com os guias oficiais do parque (chamados “game drives”), em jeeps adaptados, que normalmente acontecem ao amanhecer ou ao por do sol, horários em que os animais estão mais ativos. Aqui o link para a descrição desses passeios (em inglês).

Os guias podem entrar em estradas secundárias e conhecem como ninguém os hábitos dos animais (e se comunicam uns com os outros), então a chance de avistar animais é muito maior nesses passeios guiados. Tente fazer o máximo de passeios guiados (game drives) que conseguir!

A idade mínima para fazer os game drives oficiais do Parque é 6 anos; mas para passear com seu carro particular não há limite de idade, vimos vários bebês e crianças pequenas nos acampamentos.

Os passeios podem ser reservados antecipadamente pelo site do SanParks, depois que você reservar a acomodação. Nesse link você reserva a acomodação, e numa aba ao lado tem a possibilidade de reservar os passeios (“activities”). Não dá para reservar os passeios sem ter acomodação dentro do parque já reservada – na verdade, dá para reservar esses pouco passeios sem ter acomodação.

É possível reservar os passeios na recepção dos acampamentos, mas recomendo deixar já reservado com antecedência, pois todos os passeios que fizemos estavam lotados.

Além dos game drives, há diversas outras atividades que podem ser feitas no parque. Há caminhadas por trilhas longas (com pernoite em acampamentos), expedições de vários dias em veículos 4×4, mountain bike, golfe e outras mais, clique aqui para conhecer as atividades e – se você for como eu – ficar sonhando em um dia quem sabe ter tempo para fazer tudo isso, porque deve ser, perdoem-me a expressão, animal.

Mas vale a pena relembrar: o Parque Nacional Kruger é enorme e não adiante tentar fazer grandes distâncias em pouco tempo.

Aproveite a oportunidade para viajar devagar, curtir com calma a beleza da natureza. Pare para apreciar a vista e observar os animais, vá no verdadeiro clima slow travel.

Te garanto que os minutos perdidos nas estradinhas de mão única do Kruger serão recordações para a vida inteira.

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Por fim, ao sairmos do Parque Kruger

Por falar em minutos perdidos, no último dia, saímos do Lower Sabie Rest Camp em direção ao aeroporto de Nelspruit (Kruger Mpumalanga), a cerca de 150km, com estimativa de 2h20 de viagem.

Pois bem, alguns minutos depois de sairmos do acampamento, ainda dentro dos limites do parque, havia um elefante parado na estrada, calmamente se alimentando. Ficou ali, de boa, por muito tempo. Meia hora depois resolveu ir a outro local, enquanto isso nós ficamos, em nosso carro, somente observando. Ainda bem que tínhamos saído com bastante antecedência, se não, já era nosso voo…

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